As obras de alargamento e desassoreamento do córrego Parpinelli, realizadas nos meses de agosto e setembro deste ano, estão auxiliando no combate a enchentes. Conforme o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentado, Juliano Salomão, se o serviço não tivesse sido executado, o transbordamento do córrego Biriguizinho teria sido maior na última quinta-feira (25).
“Sabíamos que com o início das chuvas existia o risco de transporte de sedimento do talude deste trecho do córrego. Ainda assim, entendemos que o resultado para o combate a enchente seria positivo e optamos pela execução, por não haver impacto financeiro para o município”, avaliou o secretário.
Apesar do resultado obtido, Salomão reconhece que as obras – que tiveram a primeira etapa concluída – de maneira isolada não resolverá os problemas de enchente no município. “Essa melhoria no córrego Parpinelli faz parte de uma série de obras que ainda serão realizadas”, observou. As obras possuem autorização do DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica).
Para a segunda etapa, a secretaria de Meio Ambiente está levantando os materiais, maquinários e mão de obra que serão necessários para realizar a contenção dos taludes do córrego. A alternativa estudada, no momento, baseia-se na utilização de gabião (tipo de muro de arrimo usado para estabilizar encostas e taludes).
O secretário lembra ainda que o município está localizado em uma área cuja característica do solo é o Latossolos Vermelhos e Vermelho-Amarelos de textura média. São solos com elevada permeabilidade, baixa retenção de água e baixa coesão. Por isso, podem ter maior estresse hídrico nos períodos de estiagem e maior susceptibilidade à erosão nos períodos chuvosos.
FATORES
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, os problemas com enchentes em Birigui foram intensificadas nas últimas décadas devido a vários fatores, como edificações sem áreas permeáveis; impermeabilização de áreas de preservação permanente margeando os córregos; assoreamento dos córregos e falta de um plano de macrodrenagem no município
Entre os fatores que potencializam os alagamentos são citados ainda a duplicação da rodovia Deputado Roberto Rolemberg (SP-461) que lança as águas pluviais na bacia do Biriguizinho; pontes que causam represamento em córregos devido ao mau dimensionamento; baixa arborização na cidade e o descarte incorreto de lixo que chega aos bueiros.
AÇÕES
“Para combater as enchentes, estamos promovendo o alargamento e desassoreamento de um trecho do córrego Parpinelli e já temos outro trecho licenciado. Também já entramos com pedido juntos aos órgãos ambientais para o desassoreamento de um quilômetro do córrego Biriguizinho”, disse o secretário de Meio Ambiente.
Além disso, Salomão adiantou que já foi licenciada obra de reconstrução de uma ponte nas imediações do Parque do Povo, que será executado por meio de parceria com empresários da cidade, sem custo ao município. “Estamos também captando recursos para a produção do plano de macrodrenagem, que apontará os caminhos para resolvermos essa problemática”, comentou.
“Importante mencionar que acabar com enchentes requer tempo e muito recurso financeiro. Também não podemos conter a natureza e a intensidade das chuvas, como ocorreu nesta quinta-feira, onde em apenas 30 minutos tivemos índice pluviométrico de 64,7 milímetros, conforme dados do DAEE. A média histórica de outubro é de 102,65 milímetros”, concluiu Salomão.
Comunicação Prefeitura
Texto: Rafael Lopes
Foto: Reprodução
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